segunda-feira, 17 de novembro de 2008

“A vida acontece nas janelas”...
A rua “Bartolomeu da Costa”... mais especificamente a minha quadra, possui 118 janelas e 11 portas numa distancia de aproximadamente 50 metros lineares, quatro metros e meio de largura e apenas 1 metro de passeio em ambos os lados.

Todo dia quando abro a minha janela expondo meu micro-mundo, dou de cara com uma “Tia” que está a observar as outras 59 janelas a sua frente. Transformo-me em uma janela incomodada, mas assumo que estes últimos dias comecei a experimentar esse olhar de janela. Junto comigo vejo dois gatos condenados que também ficam a olhar (talvez por falta de opção e de rua em suas vidas)... um dos gatos esta situado a três janelas de distancia da tiazinha observadora, no primeiro andar, o outro está a umas seis janelas a direita, no segundo andar. Do mesmo lado que eu, tem uma outra senhora que faz mais, fica com meio corpo pra fora e olha além da nossa quadra, “fita” a rua de baixo e a rua dos Barbudinhos (acima) passa um grande período ali, só a observar o movimento todo, como a esperar por alguém que saltasse do autocarro ou que encarasse a subida da rua na caminhada. Todo dia de manhã ficamos nós cinco (eu as duas Tias e os dois gatos) cada um com a sua janela a observar um ao outro e a esperar esse alguém que uma hora virá trazendo um norte sentido para essas janelas voltadas para o sul .

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