segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

....

uma nuvem passou e eu estava nela
todas as nuvens passaram
e eu ainda estava nela...

entre o meu corpo de pernas doídas e o dela há um segredo.

E depois o céu ficou todo azul, sem nuvens...
e eu a procurar qualquer coisa que se movesse.

e novamente: enquanto as nuvens e o céu deslizaram-se um no outro,
eu e ela deslizamos assim:
pele/pele
coxas/olhos
respiração que ouço daqui

passaria a vida a viver cada dia.

a olhar as nuvens
a fazer algo para comermos
a estar com alguém

a olhar os lugares através do caminho que meus pés fazem

a ler e escrever poemas
a conhecer com o corpo

a poder ser simples
contemplar



amaranta

domingo, 7 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

porco no rolette europeu

...versao européia do porco no Rolete...olha esse folheto, que convidativo...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sou janELA!!!

“A vida acontece nas janelas”...
A rua “Bartolomeu da Costa”... mais especificamente a minha quadra, possui 118 janelas e 11 portas numa distancia de aproximadamente 50 metros lineares, quatro metros e meio de largura e apenas 1 metro de passeio em ambos os lados.

Todo dia quando abro a minha janela expondo meu micro-mundo, dou de cara com uma “Tia” que está a observar as outras 59 janelas a sua frente. Transformo-me em uma janela incomodada, mas assumo que estes últimos dias comecei a experimentar esse olhar de janela. Junto comigo vejo dois gatos condenados que também ficam a olhar (talvez por falta de opção e de rua em suas vidas)... um dos gatos esta situado a três janelas de distancia da tiazinha observadora, no primeiro andar, o outro está a umas seis janelas a direita, no segundo andar. Do mesmo lado que eu, tem uma outra senhora que faz mais, fica com meio corpo pra fora e olha além da nossa quadra, “fita” a rua de baixo e a rua dos Barbudinhos (acima) passa um grande período ali, só a observar o movimento todo, como a esperar por alguém que saltasse do autocarro ou que encarasse a subida da rua na caminhada. Todo dia de manhã ficamos nós cinco (eu as duas Tias e os dois gatos) cada um com a sua janela a observar um ao outro e a esperar esse alguém que uma hora virá trazendo um norte sentido para essas janelas voltadas para o sul .

domingo, 9 de novembro de 2008

lisboa...

Faz um mês que estamos cá em Lisboa, terra das janelas, travessas e um tempo que passa devagar. Cheiro de casa de vó, com suas roupas e ceroulas no varal, doces a base de açúcar e ovos, cheiro de café, brinco de pérola, caminhadas devagar, plantas não ornamentais em pequenos jardins. As moradias debruçam-se nas ruas e as pessoas nas janelas. O senhor de bengala passa. Pequenos mercados e frutarias, pastelarias com bolachinhas de todo tipo. um a um, nada aos montes.
E os nomes das ruas : Rua do Chão da Feira. Rua do Recolhimento. Rua dos Sapadores.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

3 Luas ! ! !

Ando com esse tema na cabeça, começou com um sonho e passou a ser uma reflexão.
Sonhei que estava na casa da Catarina e estava saindo para algum compromisso. Já meio apressado e despedindo de todos, fui em sua direção, beijei-a na face e falei:
- Tchau, Mããã! desse jeito mesmo, natural. Sem pensar segui para o compromisso...
Acordei com o tal sonho na cabeça e com essa ultima frase martelando em meu coração.
Foi aí que virou reflexão... fui mesmo muito abençoado, ganhei três mães, cada uma com sua beleza e dilemas diante da vida. Minha primeira mãe já concluiu seu ciclo nesta terra, deixando muitas questões e saudades que me rodeiam até hoje, principalmente aqui em Portugal (país de sua descendência) que sinto ressoando forte a sua presença em mim.
Tive também uma Tia tão mãe, que me fez confundir várias vezes as bolas, devido a sua presença marcante e seu poder quase sobrenatural para perceber, não sei como, o que se passava comigo e principalmente com o Leco (meu irmão das duas mães). Sempre que penso nela as coisas ruins se ajeitam, é impressionante. Esta mãe também já concluiu seu ciclo, deixando um buraco irreparável numa família, que a tinha como força, sabedoria, bondade e verdade; como pivô para quase tudo.
E nesses últimos anos, a vida me colocou da forma mais natural possível como uma fase da lua (a Crescente, eu acho) essa terceira mãe, que não é minha, mas que me trouxe de novo o sentimento de filho. Quando achava que já tinha sido demasiado abençoado por duas, essa terceira figura iluminada de uma bondade tão plena e simples cruzou a minha estória, ou eu a dela, (o que é mais provável) de uma forma tão forte que se estabeleceu assim. E só pensando neste sonho e com essa reflexão, e também depois de passar pelos meus próprios ciclos, consegui enxergar que a maioria das minhas referências são femininas. Se assim sou, é porque toda noite havia uma Lua, cada qual de um jeito e com seu brilho a iluminar a minha morada, situada na rua da Graça 19-78. Bernardo Fernandes.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

andanças



visite o blog: amarantagk.blogspot.com

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

(18E) PrAça do ComÉRCio/ Baixo Chiado ( HaXichiaDO)




Sinto falta das árvores nas praças e nas ruas, a ação antrópica aqui se mostrou mais forte. Por aqui tudo é arquitetura, quase sempre de outra época e a natureza só aparece marcante com o brilho azul-prateado do Tejo, que não se explica; nem com foto é possível repetir sua beleza.( É o rio mais mar que já vi).
As praças e as ruas da “Baixa” são limpas, exceto pelas pessoas que se arrastam entre outras com caras de indianos, ou egípcios (não sei distinguir) carregando de forma discreta e falando baixinho: _ Haxixe? E desaparecem da mesma forma em que aparece outra figura como a anterior repetindo a mesma pergunta.
Continuo andando em direção a Praça do Comércio para pegar um bonde (daqueles antigos mesmo) onde o motorista num certo momento abre a porta e desce com uma enorme barra de ferro e vai em direção ao trilho, enfia num buraco na intersecção para mudar a direção do seu percurso; feito isso volta para sua posição inicial e segue sua vida profissional com a simplicidade que para nós brasileiros já está quase toda perdida pelo corre do dia-a-dia. Entro no bonde, uso meu passe magnético e procuro uma janela para sentir a brisa e ouvir a rua da nostalgia, até meu próximo destino.
Linha - 18 E, Bairro d’Ajuda.
(Berba)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

+ 1 + ForTE

aDAPTAnDO o rOLê !!!&!!!

Hoje me sinto mais livre e mais inteiro...não tenho mais as coisas que eu tinha.
Minha vida agora cabe num quarto de 2.40mts X 2.70mts...se resume a minha esposa (que divide tudo comigo), meu notebook, metade de um armário de roupas e uma prateleira para o resto de minhas coisas. Só depois de estar vivendo essa experiência consigo ver como tinha uma vida "nóia", dentro de um moedor de carne.
E só depois desta virada ganhei a luz da manhã e o gosto do pão com manteiga que mastigo sem pressa; antes de encarar mais um dia que sei que vai ser melhor ou maior.
.....____.....____....._____....!!!!
Hoje posso fazer cenografia, pois consigo sentir a vida e o tempo passando entre as cores do varal da "tia" que estende a roupa, apoiada na janela da esquina da Rua Bartolomeu da Costa... onde desço toda manhã sentido rio Tejo, para pegar minha condução que me leva ao novo de novo num rolê que toca a trilha de minha nova estória!
Berba

DesaBAfO!!!!

Toda a esmola que neguei na minha vida...
um Hakuna Matata!!! me levou em Mont-Martre...
Em troca de uma "pulserinha" fajuta....10euros mais pobre.
Berba

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

dica de taxi

Uma dica bem importante ( e óbvia) para quem viaja. Todos falam: não pegue taxi que não seja credenciado! Cobram mais caro e podem ser "perigosos". Mas quando a gente chega depois de 13 horas de viagem (ou mais) com cinco malas e num aeroporto como o Charles de Gaulle em Paris você esquece de tudo e entra no primeiro a te oferecer um taxi. Além de pagarmos o dobro pelo trajeto aeroporto-hotel o motorista tinha cara ( e carro) de contrabandista e corria 130km numa via de 90 km/h. Percebemos algo errado quando já estavamos dentro do suposto taxi. Hoje, por indicação de um amigo brasileiro, pegamos um taxista que é português ( e mora em Paris há anos) e que nos deu uma lição sobre Paris e também sobre o serviço de taxi. Explicou por exemplo, que é lei o taxista não abordar as pessoas oferecendo seu serviço. Se a fiscalização pegar, leva multa. O telefone do taxista portugues: Michel Soares: 33 (0) 6 98 25 37 53

Lisboa (por Amaranta)

Acabamos de chegar em Lisboa!!!
Foi tao engraçado sair de Paris com suas ruas charmosas, edificios grandiosos, pessoas serias e bem vestidas e chegar em Lisboa com um cara palitando os dentes, um aeroporto cheio de espelhos, um calor de 22 graus (que me fez ir ao banheiro tirar a blusa de lã) , um taxista falante (o melhor: falando portugues)!
Claro que Paris é a cidade mais linda que já fui....mas essa carinha de Brasil (especificamente de Lapa- RJ) é impagável para quem estava a 10 dias tentando um frances-tupi e um ingles que arranca cara feia dos franceses. Claro também que Paris é Europa e Lisboa (por enquanto) lembra mais Recife (que tb é bonito demais). Aqui tem praia!!! O banheiro do hotel é grande, o quarto tem janelas de vidro e aqui cabem em movimento: eu, o Berba e as malas! cerva a 2.50 euros, folhetos que consigo ler e internet gratis no hotel! brincadeiras a parte, Paris é incrivel, linda, lindissima, chique...! mas para passar os proximos meses me sinto tão em casa aqui!

domingo, 5 de outubro de 2008

Teatro du Soleil




Hoje fomos conhecer o Teatro du Soleil, "teatro-galpão" que fica no bosque de Vincennes, mais especificamente num conhecido como Cartoucheria (antiga fabrica de munições). Nesse espaço no meio de muitas arvores e caminhos estão varios espaços-cenicos-galpões-teatros entre eles o Theatre su Soleil. Estava em cartaz Grupo Toda Via Teatro com a peça: A trilogia dAgota Kristof.




Eu (que hoje escrevo essa postagem) lembrei muito do Espaço Semente, pela proposta do espaço cênico e também pela qualidade do trabalho corporal do ator. Eu e o Berba curtimos muito a peça e as soluções de cenario, iluminação e sonoplastia.
e na saída: chá de hortelã e torta de chocolat!

Nuit Blanc




rolê 04/10 : Nuit Blanche: uma noite inteira (das 19hs as 7hs) de intervenções e manifestaçoes culturais em Paris. Este ano as intervenções (em sua maioria) tinham como partido video e projeções de luz. Experimentações de sons e imagens projetadas em torres, monumentos historicos, telões em estações de metrô.





Montparnasse: trabalho de iluminação e sonorização do japonês Ryoji Ikeda ( a direita)

Video-arte do duo Britanico: Ruth Jarman e Joe Gerhardt na estação Gare- Saint-Lazare (abaixo)

Vídeos, algumas fotos, frio e um rolê na madrugada Parisiense!