uma nuvem passou e eu estava nela
todas as nuvens passaram
e eu ainda estava nela...
entre o meu corpo de pernas doídas e o dela há um segredo.
E depois o céu ficou todo azul, sem nuvens...
e eu a procurar qualquer coisa que se movesse.
e novamente: enquanto as nuvens e o céu deslizaram-se um no outro,
eu e ela deslizamos assim:
pele/pele
coxas/olhos
respiração que ouço daqui
passaria a vida a viver cada dia.
a olhar as nuvens
a fazer algo para comermos
a estar com alguém
a olhar os lugares através do caminho que meus pés fazem
a ler e escrever poemas
a conhecer com o corpo
a poder ser simples
contemplar
amaranta
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
“A vida acontece nas janelas”...
A rua “Bartolomeu da Costa”... mais especificamente a minha quadra, possui 118 janelas e 11 portas numa distancia de aproximadamente 50 metros lineares, quatro metros e meio de largura e apenas 1 metro de passeio em ambos os lados.
Todo dia quando abro a minha janela expondo meu micro-mundo, dou de cara com uma “Tia” que está a observar as outras 59 janelas a sua frente. Transformo-me em uma janela incomodada, mas assumo que estes últimos dias comecei a experimentar esse olhar de janela. Junto comigo vejo dois gatos condenados que também ficam a olhar (talvez por falta de opção e de rua em suas vidas)... um dos gatos esta situado a três janelas de distancia da tiazinha observadora, no primeiro andar, o outro está a umas seis janelas a direita, no segundo andar. Do mesmo lado que eu, tem uma outra senhora que faz mais, fica com meio corpo pra fora e olha além da nossa quadra, “fita” a rua de baixo e a rua dos Barbudinhos (acima) passa um grande período ali, só a observar o movimento todo, como a esperar por alguém que saltasse do autocarro ou que encarasse a subida da rua na caminhada. Todo dia de manhã ficamos nós cinco (eu as duas Tias e os dois gatos) cada um com a sua janela a observar um ao outro e a esperar esse alguém que uma hora virá trazendo um norte sentido para essas janelas voltadas para o sul .
A rua “Bartolomeu da Costa”... mais especificamente a minha quadra, possui 118 janelas e 11 portas numa distancia de aproximadamente 50 metros lineares, quatro metros e meio de largura e apenas 1 metro de passeio em ambos os lados.
Todo dia quando abro a minha janela expondo meu micro-mundo, dou de cara com uma “Tia” que está a observar as outras 59 janelas a sua frente. Transformo-me em uma janela incomodada, mas assumo que estes últimos dias comecei a experimentar esse olhar de janela. Junto comigo vejo dois gatos condenados que também ficam a olhar (talvez por falta de opção e de rua em suas vidas)... um dos gatos esta situado a três janelas de distancia da tiazinha observadora, no primeiro andar, o outro está a umas seis janelas a direita, no segundo andar. Do mesmo lado que eu, tem uma outra senhora que faz mais, fica com meio corpo pra fora e olha além da nossa quadra, “fita” a rua de baixo e a rua dos Barbudinhos (acima) passa um grande período ali, só a observar o movimento todo, como a esperar por alguém que saltasse do autocarro ou que encarasse a subida da rua na caminhada. Todo dia de manhã ficamos nós cinco (eu as duas Tias e os dois gatos) cada um com a sua janela a observar um ao outro e a esperar esse alguém que uma hora virá trazendo um norte sentido para essas janelas voltadas para o sul .
domingo, 9 de novembro de 2008
Faz um mês que estamos cá em Lisboa, terra das janelas, travessas e um tempo que passa devagar. Cheiro de casa de vó, com suas roupas e ceroulas no varal, doces a base de açúcar e ovos, cheiro de café, brinco de pérola, caminhadas devagar, plantas não ornamentais em pequenos jardins. As moradias debruçam-se nas ruas e as pessoas nas janelas. O senhor de bengala passa. Pequenos mercados e frutarias, pastelarias com bolachinhas de todo tipo. um a um, nada aos montes.
E os nomes das ruas : Rua do Chão da Feira. Rua do Recolhimento. Rua dos Sapadores.
E os nomes das ruas : Rua do Chão da Feira. Rua do Recolhimento. Rua dos Sapadores.
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